Nos últimos dias, alavancou-se um tema sensível na economia portuguesa, mais concretamente no setor imobiliário, ou seja, estará Portugal perto de uma bolha imobiliária?
Como já é costume lermos na imprensa nacional, hoje em dia, todos tem opinião sobre algo, mesmo que não sejam especializados no assunto.
É certo que todos tem direito à sua opinião, mas pessoalmente só me pronuncio sobre a área ou áreas que tenho me especializado, nomeadamente setor imobiliário, marketing e fotografia.
Ora, este artigo de opinião é sobre a bolha imobiliária que pelos visto muitos desejam que aconteça.
O que é uma Bolha imobiliária?
A bolha imobiliária como é conhecida, refere-se à elevação artificial dos preços das propriedades. Quando esta inclinação não se baseia em qualquer fundamento económico, surge o termo "Bolha".
Em outras palavras, os preços desvinculam-se dos custos de construção medidos pela margem comercial aplicada e do rendimento esperado proveniente da cobrança de rendas.
Tal como disse o Economista Sr. Dr. João Duque:
"As bolhas formam-se quando a única razão do preço se baseia na expectativa de que no futuro nos vão comprar o bem por um valor superior sem que nenhuma das razões anteriores se possam observar"
Existe alguma preocupação em Portugal com o risco de uma bolha imobiliária formar-se e rebentar?
Sim, não podemos ignorar que há uma certa preocupação até porque a inflação, o aumento das taxas de juro e a subida do custo de vida têm feito aumentar os receios de uma recessão económica.
O estudo da Value of Stocks, uma plataforma de divulgação financeira norte-americana, concluiu que vários fatores contribuem para a formação de uma bolha imobiliária: a falta de conhecimento financeiro, o crescimento da presença de estrangeiros, o efeito das moratórias, o acesso fácil ao crédito e as taxas de juros reduzidas.
Pessoalmente compartilho a opinião do Economista Sr. Dr. João Duque:
"Apesar de reconhecer que existe o risco de uma descida de preços dos imóveis, não acredito que isso possa corresponder a um rebentamento de uma bolha imobiliária. Acredito mais num abrandamento severo ou até uma ligeira redução, mas não acredito num cataclismo"
Muitos consideram que a vinda de estrangeiros tem sido um problema e são os grandes causadores da atual situação no mercado imobiliário. Será mesmo assim?
Não devemos esquecer que o turismo representa cerca de 10% do PIB português e tem sido um grande fator de combate ao desemprego.
Como combater a Bolha imobiliária?
Efetivamente, tem havido implementações de medidas que combatem a bolha imobiliária, nomeadamente o governo, apesar das trapalhadas que tem nos presenteado, deu um passo importante para aliviar as tensões financeiras das famílias ao relaxar as regulações atreladas à renegociação e à reestruturação dos empréstimos destinados à aquisição e manutenção da casa própria.
É imperativo relembrar que a crise de 2008 foi uma lição para todos! Quando me refiro todos, incluo o BCE e o BP.
Estas instituições têm implementado medidas de prevenção eficazes e eficientes que combatem novamente o descontrolo económico/financeiro, ou seja, os bancos estão obrigados a acompanhar a boa execução dos contratos por parte dos consumidores, com vista a evitar o incumprimento.
Evito afirmar convictamente mas não acredito que haja uma bolha imobiliária porque como conhecedor do regulamento dos intermediários de crédito, acredito que o BP, BCE e o governo tudo farão para combater a Bolha imobiliária.
Medidas a implementar no combate à Bolha imobiliária
- Concordo que deve ser criado uma linha de financiamento que apoie as famílias, no pagamento da prestação do crédito à habitação.
- Facilitar a obtenção de licenças de reabilitação ou construção. Desta forma irá prevenir o desenvolvimento de um ambiente especulativo e serão ferramentas chave para evitar uma forma excessiva de alavancagem financeira.
- Fiscalização mais agressiva da parte do BCE para mitigar os efeitos da subida da Euribor
- Fomentar a compra de imóveis por parte de estrangeiros.
Porém, a palavra de ordem é renegociar os créditos. Aconselho a qualquer cidadão a dirigir-se ao seu banco e renegociar o crédito habitação e como segunda opção, que tem muitas vantagens, a mudar de banco que ofereça melhores condições.
Os bancos estão abertos a novas propostas por isso saía do seu conforto e contribua para melhorar a sua situação financeira!
P.S. Aguardemos por novos capítulos
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Até já
Victor Emanuel