Atualmente, estamos a enfrentar um aumento nas ocorrências de burlas, e é importante estarmos atentos.
Se receber uma proposta de crédito que pareça irreal ou incrível demais, é melhor desconfiar e precaver-se, pois, muito provavelmente está diante de uma burla ou fraude.
Com o surgimento da pandemia e da inflação, as dificuldades financeiras de muitas pessoas agravaram-se, e as oportunidades de obter crédito fácil e rápido, mesmo com juros muito altos, tornaram-se ainda mais problemáticas.
Algumas instituições ou até mesmo pessoas que não estão autorizadas a realizar atividades financeiras em Portugal tentam enganar os clientes, e oferecem condições mais favoráveis e adequadas às suas possibilidades. No entanto, acabam por piorar ainda mais a situação financeira dessas pessoas e causando uma série de problemas.
Essa liquidez muitas vezes vem acompanhada de taxas de juros muito acima da média de mercado ou condições desfavoráveis, cujas consequências podem ser terríveis.
Nesse sentido, o Banco de Portugal tem alertado sobre instituições não autorizadas a realizar atividades financeiras em Portugal. Portanto, é sempre importante desconfiar e verificar a legitimidade dessas entidades junto ao regulador.
O Banco de Portugal alerta igualmente que existem meios digitais disponíveis usadas para tentativas de burlas.
"Os contactos são feitos via Facebook, Whatsapp, Messenger ou e-mail e oferecem a promessa de dinheiro fácil e imediato. Cuidado, porque pode ser enganado"
Quais os sinais de possíveis burlas?
Uma das indicações mais comuns de uma instituição fraudulenta é quando é solicitada uma comissão para avaliar um pedido de crédito. É importante destacar que não é permitido por lei cobrar qualquer valor para avaliação de um pedido de crédito. Portanto, nunca adiante dinheiro para essa finalidade.
Além disso, desconfie se tiver dificuldade em encontrar informações sobre essa instituição. É recomendado fazer uma pesquisa online e verificar se existem reclamações relacionadas a essa entidade, por exemplo, no
Portal da Queixa.
O tipo de comunicação adotado por uma determinada entidade também pode ser revelador de sua legitimidade. Portanto, esteja atento a erros ortográficos e incoerências na linguagem.
Entidades autorizadas geralmente não utilizam expressões como "dinheiro fácil", "dinheiro rápido", "sem burocracias" ou prometem que o "dinheiro estará na sua conta amanhã".
Nunca responda a e-mails ou mensagens com propostas de ajuda financeira que pareçam pouco confiáveis e nunca compartilhe seus dados pessoais ou bancários.
O que fazer caso seja vítima de fraude?
Se perceber que foi vítima de fraude, entre em contato imediatamente com o Banco de Portugal. Você pode fazer isso por telefone (213 130 000) ou por e-mail (info@bportugal.pt).
Além disso, é importante apresentar uma queixa às autoridades competentes, como a
PSP, GNR, Polícia Judiciária ou
Ministério Público.
Mesmo que você não seja vítima de fraude, mas tenha conhecimento de uma ou mais instituições envolvidas em atividades ilegais, denuncie essa situação. Não permita que essas entidades se aproveitem da vulnerabilidade de outras pessoas.
Como se proteger das tentativas de burlas?
Antes de negociar com uma instituição de crédito habitação, é fundamental validar a legitimidade dessa entidade.
Para isso, é possível consultar a lista de entidades registadas e autorizadas para concessão de crédito, disponível no site do Banco de Portugal. Dessa forma, pode garantir que não está a negociar com uma instituição ilegal. Em caso de dúvida, entre em contato diretamente com o regulador.
É importante destacar que, nesse cenário, se entrar em situação de incumprimento, poderá perder sua casa, pois a possibilidade de recompra é extinta e poderá perder o direito de recuperar ou morar no imóvel.
Outras formas de se proteger das tentativas de burlas é seguir o bom senso, ou seja, não responda a e-mails de contato suspeitos, não forneça seus dados pessoais, especialmente informações bancárias.
Mesmo em momentos financeiramente difíceis, é importante lembrar que a solução aparentemente fácil nem sempre é a melhor. Esteja vigilante e tome as devidas precauções para evitar cair em burlas financeiras.
Quais os tipos de burlas de crédito?
- Cheques pré-datados: Ao fazer um contrato de crédito com o uso de cheques, é provável que a pessoa ou entidade lhe garanta que esses cheques serão transmitidos com datas futuras e só serão descontados nas datas de pagamento acordadas.
- Atribuição de imóveis como forma de pagamento: Isso pode levar à perda da sua casa, uma vez que é oferecida uma suposta liquidez total. Essa forma de pagamento pode ser realizada por meio de uma escritura pública ou procuração que dispensa a presença física. O cliente é informado de que poderá continuar a usufruir do imóvel, mas, em contrapartida, terá que recomprá-lo após o pagamento do empréstimo e dos juros correspondentes.
- Confissão de dívida: De acordo com o Banco de Portugal (BdP), esse tipo de burla normalmente leva o cliente a assinar uma confissão de dívida, que inclui o valor do financiamento mais os juros. Assim, o cliente nunca receberá o valor total indicado na confissão de dívida.
- Furto de informações pessoais: Nunca compartilhe informações sensíveis, como número de cartão de crédito, senha ou detalhes da conta bancária, com pessoas ou sites não confiáveis.
- Via digital: Use senhas fortes para proteger seus dispositivos e instale softwares antivírus atualizados para evitar a instalação de programas maliciosos que possam roubar suas informações.
- Esquemas de phishing: Esteja atento a e-mails ou mensagens suspeitas que solicitem suas informações pessoais ou financeiras. Não clique em links ou faça o download de anexos em e-mails suspeitos.
Lembre-se de que é importante agir com responsabilidade e ética quando se trata de questões financeiras. Burlas de crédito são crimes sérios e podem ter consequências legais graves.
Caso real de burlas com crédito:
Recentemente, a Polícia Judiciária do Porto fez 15 detenções por branqueamento de capitais com vista à ocultação de diversos tipos de burlas cometidas de norte a sul do país, divulgado pela estação de televisão TVI.
Em causa, a forma como centenas de vítimas foram lesadas num esquema de falsa aquisição de bens e serviços na intermediação de créditos. O dinheiro das vítimas era depois desviado pela rede para contas bancárias em países como o Benim e a Lituânia.
Os 15 detidos são portugueses, entre os 25 e os 60 anos. Decorrem buscas de norte a sul do país e na ilha da Madeira.
Conclusão:
Esteja ciente das táticas de burla mais comuns, mantenha-se informado e atualizado sobre as últimas tendências e técnicas de burla. Fique atento a avisos de segurança e informações divulgadas por autoridades governamentais, autoridades policiais e empresas confiáveis.
Em caso de dúvida, não hesite e proteja-se!
"Há enganos tão bem elaborados que seria estupidez não ser enganado por eles." Charles Colton - Fotógrafo
Gaiacasas
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