É verdade que nunca gostamos de ouvir falar sobre aumento da prestação mensal que pagamos pela nossa casa, muito menos quando estamos já a lidar com inflação e crise financeira a nível mundial.
No entanto, é preferível estar sempre informado e ao corrente dos assuntos.
Quando falamos de aumento da prestação mensal do crédito à habitação, a expressão “Euribor” é logo mencionada.
De que se trata, então, esta taxa?
“A Euribor, (do inglês Euro Interbank Offered Rate), é uma taxa de juro de referência declarada pela Comissão Europeia com taxa de juro crítica, em Agosto de 2016, devido à sua importância sistémica no sistema financeiro. "
Na verdade, esta taxa é utilizada como referência para vários produtos financeiros, mas, em linhas gerais, estamos mais habituados a ouvir esta expressão quando falamos de crédito à habitação.
Posto isto, saiba que em abril de 2022, as prestações de crédito à habitação para contratos indexados à Euribor a seis e a três meses, irão sofrer um aumento.
Mas, em concreto, que tipo de aumento devemos esperar? Vamos exemplificar.
Que aumento deve esperar?
Suponhamos que o seu financiamento tem o valor de 150 mil euros, com prazo de amortização de 30 anos, spread de 1% e indexado à Euribor a seis meses.
Nesse caso, poderá prever um aumento de 7,46€ em relação à última revisão (efetuada em outubro).
Na mesma situação em relação a montante do crédito e prazo de amortização do mesmo, mas diferindo apenas no que diz respeito à Euribor – supondo que o crédito está indexado a três meses – o aumento deverá ser de 2,82€.
Este aumento é calculado com base na última revisão que aconteceu, neste caso, em janeiro.
Para os cálculos deste exemplo, os valores de referência tidos em conta foram considerados com base nas médias da Euribor do mês de março.
Mais concretamente, a Euribor a seis meses teve uma média de -0,406% e a três meses, respetivamente, de -0,495%.
Impacto do aumento no orçamento das famílias portuguesas
A nível de impacto deste aumento na vida financeira das famílias portuguesas, existe ainda outra situação a considerar.
No final de 2020 terminaram as moratórias do crédito das famílias.
Essa medida extraordinária, tomada no âmbito do combate à crise financeira e social provocada pela pandemia da Covid-19, foi, por assim dizer, um “balão de oxigénio” a nível orçamental para muitas famílias.
Mas, claro está que tudo tem o seu limite e esta medida foi, entretanto, descontinuada.
Quanto ao número de famílias portuguesas que irão sofrer aumento da prestação mensal do seu crédito à habitação, vale lembrar que as taxas Euribor são o principal indexante em Portugal nos contratos de financiamento destinado à compra de casa.
A taxa a seis meses é a mais utilizada, seguida da taxa a três meses.
As taxas de juro estão a negativo desde 2015.
Ainda assim, se ocorrer mudança da política monetária, pode acontecer de as taxas Euribor aumentem um pouco e, consequentemente, se dê novamente um aumento das prestações mensais relativas a contratos de crédito à habitação.
Portanto, se tem um crédito à habitação, saiba o que pode esperar e mantenha-se sempre informado e atualizado.
"Investir em conhecimentos rende sempre melhores juros."- Benjamin Franklin - Político americano
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