As burlas de crédito existem e não são algo que acontece só aos outros.
Saiba como pode proteger-se e garantir que está a lidar com um intermediário de crédito fidedigno.
“Quando a esmola é demais…” conhece o resto do ditado?
Pois é, no que toca “créditos milagrosos” com demasiado facilitismo ou condições que nunca ninguém conseguiu antes, o ditado aplica-se na perfeição.
Desconfie.
Desconfie mesmo, porque as burlas de crédito são, infelizmente, uma realidade que pode acontecer a qualquer um.
"Importa saber, então, como se defender destes esquemas fraudulentos. O primeiro passo é saber se um intermediário de crédito é fiável, ou não."
O que faz um intermediário de crédito
Bem, basicamente, um intermediário de crédito faz a mediação entre cliente e instituição de crédito. Será o intermediário de crédito que irá tratar de todo o processo de crédito.
Mas atenção: nunca é o intermediário de crédito que concede o crédito e sim o banco ou instituição financeira.
Ele poderá apresentar propostas ou contratos de crédito, acompanhar e agilizar o processo, celebrar contratos de crédito em nome da instituição financeira após esta conceder autorização e o cliente aceitar a proposta de crédito e mesmo aconselhar tipos de contrato de crédito ao seu cliente.
Como identificar um intermediário de crédito fraudulento
Para poder atuar, um intermediário de crédito tem que estar autorizado pelo Banco de Portugal, de acordo com as categorias existentes, que são as seguintes:
- Crédito vinculado – estão debaixo da responsabilidade total e incondicional daqueles com quem celebram contrato de vinculação.
- Crédito a título acessório – são fornecedores de bens e serviços e, sob responsabilidade total e incondicional do mutuante, servem de intermediários de crédito visando a venda dos bens ou serviços que oferecem.
- Crédito não vinculado – não celebram contrato de vinculação, apenas é celebrado com o consumidor um contrato de intermediação, com os termos e condições inerentes à prestação do serviço de intermediação.
Existem mais de quatro mil entidades autorizadas pelo Banco de Portugal a atuar como intermediários de crédito.
Para garantir que está a trabalhar com um intermediário de crédito autorizado, consulte se a empresa consta dos registos do Portal do Cliente Bancário.
Existem ainda duas listas do site do Banco de Portugal de onde pode constar um intermediário de crédito se ele for legal:
- Lista de entidades habilitadas a atuar como intermediários de crédito.
- Lista de instituições de crédito, sociedades financeiras, instituições de pagamento ou de moeda eletrónica, dado que estas entidades podem atuar como intermediários de crédito, desde que em contratos em que não atuem como mutuantes.
Se depois de pesquisar e confirmar, o intermediário de crédito que o abordou com uma proposta não consta de nenhuma destas listas, termine a conversação e em circunstância alguma ceda os seus dados.
Pode – e deve! – alertar o Banco de Portugal e informar as autoridades (PSP, GNR, Polícia Judiciária ou Ministério Público).
Existem alguns sinais de alerta que vão para além da identificação do intermediário como entidade autorizada ou não.
Por exemplo, a lei proíbe os intermediários de crédito vinculados e a título acessório de cobrarem comissões. Já os intermediários de crédito não vinculado podem cobrar uma comissão, desde que esta conste do contrato celebrado.
Poderá ainda verificar se os contactos pertencem à entidade oficial, pesquisando num motor de busca.
Se for o caso de um intermediário de crédito que nunca ouviu sequer falar, deve procurar informação sobre essa empresa, eventualmente avaliações, queixas,
testemunhos e feedbacks.
Quanto à comunicação da entidade que está a pesquisar, verifique se tem erros de ortografia e gramática e atente a quaisquer promessas de dinheiro rápido, sem burocracias.
Estes tipos de promessas estão normalmente acompanhados de contrapartidas de imóveis, cheques ou confissões de dívida.
Vantagens de recorrer a um intermediário de crédito
Não estamos com isto a dizer que nunca deve recorrer a um intermediário de crédito.
Pelo contrário, se procurar um profissional competente e legal, pode ser uma mais-valia para si.
Principalmente no que diz respeito ao crédito habitação, um intermediário de crédito pode responder às suas dúvidas, recolher e apresentar as melhores propostas de acordo com as suas condições e necessidades e, inclusive, conseguir melhores taxas de juro que um consumidor a título individual.
Além disso, é inegável que o processo irá decorrer mais rapidamente, ainda que obedecendo a todas as burocracias exigidas.
Em suma, procure alguém que esteja legalmente autorizado a atuar como intermediário de crédito e que tenha vasta experiência neste ramo de atividade.
"A razão engana-nos mais frequentemente que a natureza. - Luc de Clapiers Vauvenargues - Escritor"
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