Estado investe em hotel que pertenceu a Vítor Baía

Em campo era um guarda-redes brilhante, mas no mercado imobiliário, as jogadas não foram as melhores.

Agora é o Estado que investe num hotel que já pertenceu ao ex-jogador Vítor Baía.

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Como futebolista, Vítor Baía teve uma carreira de sucesso, repleta de vitórias e momentos marcantes.

Como fazem muitos jogadores após darem por encerrada a carreira em campo, uma das áreas em que Vítor Baía investiu foi no mercado imobiliário.

No entanto, no que toca à aposta nos negócios no mercado imobiliário, o ex-futebolista não foi tão bem sucedido como no desporto.

Vítor Baía, antigo guarda-redes do FC Porto, viu-se mesmo, por assim dizer, em “maus lençóis” a nível financeiro, com dívidas acumuladas que o fizeram, inclusive, ser alvo de penhoras.

"Para além de todos esses inconvenientes, teve mesmo que chegar a vender carros, casas e empresas para conseguir sair da crise financeira."

Empreendimento turístico em Évora

O Octant Évora, antigo Évora Farm Hotel, foi um dos empreendimentos que saiu da mão do ex-jogador, tendo sido entregue em 2015.

Foi agora comprado por um fundo do Turismo de Portugal, pela quantia de cinco milhões de euros.

Esta verba serviu para adquirir 15 das 20 vilas que compõem o empreendimento.

As 15 vilas foram compradas ao atual proprietário do empreendimento, mais concretamente, a Discovery.

Investimento em Territórios de Baixa Densidade Turísticos

O fundo usado para a aquisição desta quota do empreendimento está englobado nas verbas do fundo Territórios de Baixa Densidade Turísticos (TBDT), sob a gestão do Turismo Fundos, pertencente ao Turismo de Portugal. Através deste fundo, o Estado aplica verbas públicas em imóveis no interior do país.

As avaliações do imóvel foram de 6,5 e 7,2 milhões de euros, pelo que a transação foi feita com valor abaixo das avaliações.

Está, no entanto, no teto máximo de orçamento de que o TBDT pode disponibilizar para investimentos – cinco milhões de euros.

Dentro da aquisição das vilas de tipologia T2 e T3, está incluído um contrato de arrendamento por 15 anos celebrado com a empresa Perdiganito – Empreendimentos Turísticos, S.A., sendo esta empresa uma das antigas empresas de Vítor Baía.

A sua dívida à Caixa Geral de Depósitos chegou aos 14,16 milhões de euros.

Esta empresa pertence, atualmente, ao Fundo Discovery, desde 2015.

Dentro dos parâmetros da transação, está prevista a possibilidade de recompra das 15 vilas.

Mas o fundo gerido pelo Turismo não limitou o seu investimento no interior do país. Até março de 2022, foram adquiridos mais cinco imóveis no interior do país, para posterior transformação para alojamento. Veja quais foram as aquisições:

- No centro de Moura, Alentejo, o icónico Historic Moura Palace, foi comprado à Stamina Unique Hotels, S.A. pela quantia de 460 mil euros.

- Em Portalegre, foram adquiridas três Casas de Vigia. Os imóveis foram comprados à empresa Beyond Tejo Turismo pelo valor de 300 mil euros.

- Mais a Norte, no concelho de Sabugal, em Sortelha, uma aldeia histórica, foi comprado o edifício Story Studio Sortelha, à empresa Pausa do Costume, Lda., por cerca de 640 mil euros.

Falta de liquidez leva a paragem no investimento

E nos próximos meses, prevê-se alguma nova aquisição?

Bem, por agora, o Turismo Fundos não prevê mais investimentos a curto prazo, ou seja, nos meses próximos.

A razão para não existirem novos investimentos planeados deve-se a falta de liquidez disponível.